sábado, 28 de novembro de 2009

Cantos do dia.




Sara


I laid on a dune, I looked at the sky,
When the children were babies and played on the beach.
You came up behind me, I saw you go by,
You were always so close and still within reach.

Sara, Sara,
Whatever made you want to change your mind?
Sara, Sara,
So easy to look at, so hard to define.

I can still see them playin' with their pails in the sand,
They run to the water their buckets to fill.
I can still see the shells fallin' out of their hands
As they follow each other back up the hill.


Sara, Sara,
Sweet virgin angel, sweet love of my life,
Sara, Sara,
Radiant jewel, mystical wife.

Sleepin' in the woods by a fire in the night,
Drinkin' white rum in a Portugal bar,
Them playin' leapfrog and hearin' about Snow White,
You in the marketplace in Savanna-la-Mar.

Sara, Sara,
It's all so clear, I could never forget,
Sara, Sara,
Lovin' you is the one thing I'll never regret.

I can still hear the sounds of those Methodist bells,
I'd taken the cure and had just gotten through,
Stayin' up for days in the Chelsea Hotel,
Writin' "Sad-Eyed Lady of the Lowlands" for you.

Sara, Sara,
Wherever we travel we're never apart.
Sara, oh Sara,
Beautiful lady, so dear to my heart.

How did I meet you? I don't know.
A messenger sent me in a tropical storm.
You were there in the winter, moonlight on the snow
And on Lily Pond Lane when the weather was warm.

Sara, oh Sara,
Scorpio Sphinx in a calico dress,
Sara, Sara,
You must forgive me my unworthiness.

Now the beach is deserted except for some kelp
And a piece of an old ship that lies on the shore.
You always responded when I needed your help,
You gimme a map and a key to your door.

Sara, oh Sara,
Glamorous nymph with an arrow and bow,
Sara, oh Sara,
Don't ever leave me, don't ever go
.

Bob Dylan

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Somos Todos Imortais.


Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouca: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.

E eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.

O amor é tão mais fatal do que eu havia pensado, o amor é tão mais inerente quanto a própria carência, e nós somos garantidos por uma necessidade que se renovará continuamente. O amor já está, está sempre. Falta apenas o golpe da graça - que se chama paixão.

Quero pegar, sentir, tocar, ser. E tudo isso já faz parte de um todo, de um mistério. Sou uma só... Sou um ser. E deixo que você seja. Isso lhe assusta? Creio que sim. Mas vale a pena.
Mesmo que doa. Dói só no começo.


terça-feira, 24 de novembro de 2009

Ás Vezes.


A realidade dá um jeitinho de vir de fininho e dar um beliscão na tua bunda. E quando a represa estoura, a única coisa que você pode fazer é sair nadando. O mundo do fingimento é uma jaula, não um casulo.

Nós só conseguimos mentir pra nós mesmos por um tempo. A gente fica cansado, com medo e negar isso não muda a verdade. Cedo ou tarde, a gente tem que deixar a negação de lado e encarar o mundo. Ande com a cabeça erguida, com vontade. O Nilo não é apenas um rio no Egito - é todo um oceano. Então como você faz para não se afogar nele?

O conhecimento é um vasto oceano. O que sabemos é uma gota dele.*

domingo, 8 de novembro de 2009

Aos amigos.





Tudo bem.
Nem tudo vai combinar como numa boa edição cinematográfica.
A trilha sonora às vezes não casa com o sonho.
Na maioria das vezes a trilha é o barulho irritante da rotina.
Os filhos, as contas, os bichos de estimação, a barriga, o destino traçado.
sem perturbações, sem turbulências,
céu de brigadeiro pra todos.
Mas e daí?
Eu boto aquele som e volto ao passado que nunca foi futuro.
Estamos lá, curtindo o som.
Nunca estaremos lá, mas a trilha está bem ajustada.
Seja lá o que isso quer dizer.*

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Complessi'



Considera-se um pouco de tudo:

Salto Alto,
Misantropia,
Destilados,
Lewis Carol,
Torta de Limão,
Cinema Europeu,
Barbitúricos,
Eletro Clash,
Drama,
Sedução,
Prazer Carnal e Blasé.


Pode?
*

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Siamesas, de fato.



Por tempos estivemos perto.
Te tive comigo,
Te guardo
É fato

(Saudade de partilhar-me contigo todos os dias)

Ligação incomum essa nossa
Sempre foi.
Posso arriscar um palpite de que
chega a ser tão incomum
Que é de dar 'ponta de inveja'
E tens de concordar.

Temos este doce privilégio minha amiga,
de termos mutuamente uma á outra.
É similar.
Ímpar

(não ache que é falsa modéstia)

Desse jardim nosso eu cuido todo o dia
E nem é preciso 'ver para crer'.
Sempre tivemos a precisão de saber das flores
que nasceram e morreram
durante esse trajeto todo.
Durante a existência deste nosso 'quintal de fundo de casa'.

(Que eu tanto faço questão de prezar)


Em meio á conversas nossas de agora,
posso sentir o gosto das lembranças de antes
E é bom até,
poder relembrá-las contigo.


Já que não quero viver
partie seulement'
Esta estória de novidades antigas*
Te solicito sempre,
Vou assim,
te intimando á vive-la comigo.

Este jardim é nosso
É criado cuidadosamente
Revestido de cores de agora
Mas ainda assim contendo um quê
de sentidos e cheiros de antes.


Tudo uma graça,acho...

A gente vai podando aqui e ali,
arrumando modos
Fazendo rebuliço no ar.

Gosto de te sentir por perto
E isso não é mistério algum
Lembro daquelas risadas matinais
É aí que cai a ficha do quanto
eu não tinha conhecimento da falta,
e dos significados mil que ela carrega.

Andar nesse jardim
É fazer da areia um tapete imenso
De lembranças de nós.
Do riso que ecoa
Da lágrima que caiu,
só para fazer lembrar que nem tudo são flores.

Tudo muito vivo aqui por dentro
Cheiro antigo,
porém agora com tinta nova
Composta de riso de irmã
Bolo
Conversas
Abraços
Falta
e esta última vem em sequencia
ao dizer que tens que ir.

Sempre odiei despedidas
Me conheces.
Coloco as nossas lembranças
na caixa que amas ler e reler.

Então que venha o tempo
Que pelo que sei
tem nos favorecido bastante,inclusive.
Quanto mais o tempo passa mais as estórias são
deliciosamente relidas e lembradas,percebes?

Vem por aqui amiga,
sabes que esse jardim é a tua segunda casa.

Palpite ,só.

De quem te quer bem.*





quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A um ausente.

Faço das queridas e doces palavras de Carlos Drummond De Andrade As minhas ...

''Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste?''

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Doce, que só ela


Faço o que posso
e o que nem posso
(muitas vezes)
Para te apetecer
.
Queria troca meio tímida ,até.
Poderia ser simples. Só num gesto.
E ainda assim,
Por mais simples que fosse este último

Me daria era por feliz*

Revestiria sonhos
Não os meus
(muito menos os teus)
Mas seriam daqueles ,
de fornada de padaria que te agrada
e á mim mais ainda.

Queria ser a palavra docinha
pra melhorar teu humor de manhã
e perdurar até o final da tarde
(Porque o silêncio também é doce
e sabemos).

Amo a música que sai da gente,
das nossas formas
(ás vezes até de 'birra' de dor antiga)*

Se é da gente,
relacionado á delícia de escrever-me
em linhas tortas e ás vezes 'corretinhas'
quando necessário,apenas.
Regozijo desde então
Na doçura de nós.